sábado, 19 de abril de 2008

Expresso x Brigada

A antipatia do novo comandante da Brigada Militar de Santiago, senhor Antônio Valença, pelo Expresso, aumenta a cada dia. Uma vez ele ficou bravo com minhas críticas, e porque coloquei a foto de um pobre próximo todo ensanguentado na capa do jornal. Depois, segui comentando outras coisas, até certo ponto, desagradáveis para a Brigada Militar. Pronto, o cerco apertou contra nós, do Expresso, e alguns fatos estranhos aconteceram. No centro das suspeitas está o coronel, claro, até informações sobre as ocorrências ele nos cortou.


O problema não é meu, nem dele, pois deve se aposentar em poucos dias. E até acho que veio para Santiago para, quem sabe, incorporar alguma vantagem de ordem da carreira militar. O problema mesmo acaba sendo para a instituição, que não sabe comandar seus integrantes, os quais, saem por aí colhendo rixas com a imprensa.

E para não dizerem que eu minto sozinho, vejam a repercussão de uma carta aberta que publiquei para o respeitado coronel da Brigada. Os fatos já cruzaram a fronteira de Santiago e viraram críticas ao governo, senão vejamos o que diz o santiaguense Marcelo Duarte, em seu blog http://www.laviejabruja.blogspot.com/



A Escolinha do senhor Paulo Roberto


A truculência com a qual a Brigada Militar do novo jeito de governar vem tratando movimentos sociais e a imprensa parece estar fazendo escola no interior do Rio Grande do Sul.Truculência essa que, como se sabe, é bastante seletiva, pois a ela parecem estar imunes aqueles que promovem abraços à ilegalidade. Que o diga o subcomandante geral da BM, coronel Paulo Roberto Mendes.Ao rol de professoras algemadas, mulheres e crianças espancadas e impedimento do exercício profissional já pode ser acrescido a perseguição a jornais e jornalistas.


Ou é no mínimo muito inusitada a situação pela qual passa o jornalista João Lemes, blogueiro e proprietário do jornal Expresso Ilustrado, de Santiago, no interior do RS. Segundo João Lemes, que recentemente publicou em seu blog, em formato de carta aberta, o pedido de providências que encaminhou ao recém empossado comandante regional da Brigada Militar, coronel Rudimar Antônio Valença Gonçalves, a perseguição começou por conta de algumas críticas que o jornal teria feito à atuação da BM no município, com as quais o referido comandante não teria concordado.Porém, à voz do semanário santiaguense somaram-se manifestações públicas de integrantes da Polícia Civil local, que engrossaram o coro dos descontentes com o novo comando da BM regional.


Conforme Lemes, em matéria publicada no próprio Expresso Ilustrado, o delegado local teria feito severas críticas às dificuldades de integração do referido comandante à comunidade santiaguense.O coronel Gonçalves recentemente assumiu o comando do 5º RPMon, com sede em Santiago, prometendo implantar a polícia comunitária na região. Ao que tudo indica, no entanto, além de não ser muito afeito a críticas, o referido comandante parece ter começado com o pé esquerdo ao menos sua relação com a comunidade local.Ainda segundo Lemes, o jornal tem sofrido boicote de informações acerca das ocorrências policiais locais e, "Há várias semanas, dezenas de funcionários do jornal Expresso Ilustrado têm sido vítimas de perseguição por parte de alguns soldados e oficiais".


Recentemente uma viatura da BM teria abordado o fotógrafo Ânderson Taborda, funcionário do jornal, aparentemente sem nenhum motivo, como comenta Lemes:"...na quinta-feira (dia 20), em torno das 10 horas da manhã, a viatura dirigida pelo sargento Monteiro parou em frente ao edifício residencial Duque de Caxias. Um policial, vendo que Ânderson Taborda trajava roupas com o emblema do jornal, desceu e mandou que esse funcionário retirasse seu veículo do estacionamento, alegando que o mesmo estava mal posicionado. O rapaz discordou, pois havia lugar suficiente para outro veículo cruzar e negou-se a retirá-lo. O policial insistiu em alta voz, mas diante da negativa de cumprimento da ordem, foi embora. Ora, entendemos que se alguém está errado, basta aplicar a multa, como ele não a aplicou, nota-se que seu objetivo era apenas intimidar o repórter..."O mesmo Taborda, dias antes, havia sido abordado, junto ao também fotógrafo e colunista Márcio Brasil, por uma patrulha da BM em pleno centro de Santiago, também aparentemente sem motivos capazes de justificar tal intervenção, já que os referidos jornalistas simplesmente cumpriam sua pauta diária, conforme escreveu Taborda em seu blog. "Estávamos trabalhando pelas ruas, com nosso uniforme e mesmo assim, a polícia viu problema", ainda segundo o fotógrafo. "Não entendemos a perda de tempo deles, pois deveriam estar preocupados com o policiamento e não conosco. Até onde sei temos liberdade de imprensa garantida por lei. Porque estão preocupados conosco. Será ordem da chefia?", finalizou o jornalista.


O caso mais grave, porém, seria a ameaça de morte sofrida pelo proprietário do Expresso Ilustrado. Segundo testemunhas, um soldado da BM local, em serviço, teria afirmado que "Gente como o João Lemes deveria estar morta. Se pudesse empurraria um carro com ele dentro rumo a um precipício".Caso o comando regional da BM não tome providências a respeito das agora públicas denúncias de João Lemes, o proprietário do jornal Expresso Ilustrado promete tomar "outras medidas cabíveis em leis para proteger nossos representantes e a nós mesmos".Pois era só o que faltava agora para o novo jeito de governar: jornalistas precisarem se proteger, por vias legais, da truculência e da aversão a críticas de comandantes da BM a fim de exercerem sua profissão.


(A excelente charge, do cartunista Pires, surrupiada do blog do João Lemes, foi veiculada no Expresso Ilustrado e mostra o comandante regional da BM, coronel Rudimar Antônio Gonçalves, que foi adestrador de cães na própria corporação, tomando lições de como perseguir jornalistas do referido jornal)

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