quarta-feira, 9 de abril de 2008

Tantas emoções...


Depois de ter praticamente atravessado nosso Estado, estamos de volta a Santiago com a bagagem cheia de emoções mil para contar a todos. Iniciamos narrando um pouco neste blog, para vocês, queridos leitores. Lá nos pagos de Santa Catarina é tudo muito diferente daqui do Rio Grande, só o que não muda são as alegrias que as pessoas sentem em rever amigos e parentes, que o diga meu velho e amado tio Valdomiro, personagem principal do meu livro. Nem dá para contar agora o que dissemos um ao outro, olhando bem nos olhos, numa troca de abraços que há mais de 20 anos estava para acontecer. Mas como tudo na vida tem hora certa, conosco não foi diferente. Penso que agora posso dizer que estou finalmente decidido a encerrar meu livro, pois naquele lugar mais do que apropriado, fiz minhas últimas reflexões sobre minha vida, a trajetória estranha que tive e tudo o mais.

O (quase) filho e o (quase) pai
Como sempre, em toda a viagem, ao meu lado tinha a figura do querido amigo-irmão, o Márcio Brasil, que não perdia um momento. Ávido por coisas belas, seja das paisagens ou da alma, lá estava ele a postos com sua câmera. O que não registrava nela, ele guardava no coração, como a imagem do tio Valdomiro, que aos quase 70 anos, não conteve as lágrimas ao ver seu filho adotivo voltando ao lar. Convém dizer a todos que esse tio cuidou de mim dos 5 aos 10 anos de idade. Por nunca ter tido filhos legítimos, ele me adotou, pena que eu não pude ficar ao seu lado por mais tempo e saí pelo mundo, E não culpo ninguém por isto, nem com o propósito de justificar minhas próprias falhas, apenas atribuo ao sábio e inesperado destino. Nesta visita que acabamos de fazer, sobrou pouco tempo para ficarmos lá na sua morada, que só agora descobri, mas horas suficientes para reviver histórias de quase 40 anos.

Os mais de mil km que fiz atrás do volante não me cansaram nem um pouco, afinal, gosto de estrada, ainda mais em boa companhia. Na ida, tinha a do Márcio; na volta, a dele mais o de outro amigo que ora chega em Santiago para somar-se a nós aqui no Expresso, o Jairo Oliveira.


No caminho, as belas imagens da produção agrícola, como esta colheita do soja em Palmeira.

Assim que chegamos no porto, uma parada obrigatória para molhar a garganta. Com Pepsi, claro, embora o estilo do barman sugerisse algo mais forte. Na hora de servir-me, ele respondeu que não havia Coca, apenas "pépe".

Para chegar em Mondaí, foi preciso atravessar de lancha o riozão Uruguai. Lindas paisagens que mais uma vez o Márcio não se deu ao luxo de perder.


O abraço da chegada foi mais do que emocionante entre um quase pai e um quase filho.



Na morada do tio, um outro companheiro de infância foi revisto, o antigo fogão a lenha. Apesar do calorão de 30 e tantos graus, fizemos fogo nele para cozinhar nosso jantar: galinha com arroz;


Após a bóia, revivemos os tempos em que eu atuava nas fazendas, saboreando o velho palheiro. O Márcio não se aguentou e me seguiu na "arte", pena que precisou largar o "rastolho" em seguida devido ao quase afogamento com a fumaça.



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