terça-feira, 18 de agosto de 2009

20 anos de Jornalismo



Nós hoje: Júlio, eu, Jairo e o Falconi. (faltou o Laerte)

As proezas da dupla
Falconi & Laerte

Trabalhei por quase seis anos na Instaladora Aliança, do seu Avelino e do seu Alcides Borges. Viagens e mais viagens com o famoso Falconi. Tempo bom aquele. Tudo era diversão, mesmo que fosse preciso enfrentar o barro, poeira das vilas, o vento frio, garoa e até neve, como aconteceu em 1982, ou 83 (não lembro bem) lá em Júlio de Castilhos. Mesmo com neve, eu nunca ia para casa sem acabar meu livro (bloco onde se apontava os números dos medidores de energia) deixando-o sem alteração. Enfrentava até cachorro brabo, mas não deixava uma casa sem chegar e cumprir a missão, a de ler todos os medidores de energia.

Eu adorava aquele serviço, afinal, era o meu primeiro com carteira assinada. Ganhava apenas o salário mínimo, mas estava num ambiente familiar e o que eu ganhava dava para me vestir razoavelmente bem e ajudar nas despesas do mês na casa da minha mãe. E depois, era algo diferente. Passava trabalho, mas era divertido graças às patacoadas do Falconi e do Luiz Laerte Machado da Rosa, um homenzinho afro-descendente, metido a conquistador e tudo o mais. Mas só o que conseguia era se manter engraçado, claro, além de ser um baita puxa-saco do Falconi.

Enquanto todos viajavam na carroceria das camionetas, O “Nego Laerte” ia no bem bom, lá na cabine ao lado do chefe. Nós o observávamos durante a viagem. Ele nunca olhava para frente. Só para o chefe Falconi. E com as “canjiquinhas” sempre à mostra, sorri para seu maioral, o ídolo Falconi.

Numa dessas viagens o Falconi parou a caminhonete perto de um mandiocal e lá se foi o Laerte pelo meio da lavoura. Quando vinha voltando com os braços cheios de mandioca, eis que encontra o dono. Naquele espanto todo, como se tivesse visto o diabo, só restou perguntar:
-Quanto é o quilo, vizinho?
Graças a essas desventuras mandiocais a fora, o Laerte ganhou o simpático apelido de “maior ladrão de mandioca do Rio Grande do Sul”. Pelo menos era assim que o Falconi o apresentava quando chegavam nos lugares. E o “ladrão” não ficava bravo com a terrível alcunha, pois quem estava falando era o chefe. E o chefe sempre tinha razão. Para o Laerte tinha!

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