domingo, 16 de agosto de 2009

Supervalorização das aparências

Lendo Roberto Shinyashiki, psiquiatra com dezenas de livros sobre comportamento, percebi que as pessoas vivem tristes mas escondem isso, pois o sucesso é sinônimo de alegria. Diante disso, ninguém se dá ao luxo de sofrer em paz. O psiquiatra diz que nossa gente não consegue nem ser, nem ter, o objetivo da vida se tornou "parecer".

Todos parecem que sabem, parecem que fazem, parecem que acreditam. Poucos são humildes para dizer que não sabem. Há mulheres solitárias que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem parecer que está tudo bem.


Infância roubada

Continua Shinyashiki: "Certa vez apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigo perguntou quem decidiu publicá-lo. Eu disse que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir. Infelizmente hoje é assim.


As pessoas têm que fazer tudo do jeito certo, mas jeito certo não existe. No Japão, Suécia, Noruega há mais suicídios que homicídios. É mulher vivendo com quem não ama por conveniência, gente que fica no emprego que não gosta porque é seguro, e a depressão ataca.

Assim como ataca o filho que não consegue ser o que o pai quer que ele seja. No intuito e prepará-lo, o pai o leva para aulas de Inglês e a tantos outros cursos, deixando pouco espaço para ele curtir a vida.

Aos 10 anos a depressão aparece. O pai esquece que a única coisa que prepara uma criança é ela poder ser criança. Com a desculpa de prepará-los, os pais roubam a infância dos filhos. Resultado: adultos inseguros e com discursos hipócritas."
(Resenha publicada neste blogue em 2007)

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