quarta-feira, 23 de setembro de 2009

20 Anos de Jornalismo


A jovem desbravadora

Assim que virou o ano de 1994, acossado pela falta de profissionais que topassem trabalhar no Expresso Ilustrado, pedi ajuda à Sandra Siqueira, minha cunhada que estava em Tupã. Queria que ela assumisse o controle da redação. A Suzana questionou:

-Como é que você vai levar essa menina para Santiago? O que vai ser dela, numa cidade onde não conhece ninguém?
-Vai aprender a ser alguém na vida! - respondi.

E a Sandra veio. Ficou longe da família, da mãe que era doente, dos amigos. Encarou o desafio aos 18 anos de idade. Sua morada acabou sendo a própria sede do jornal. Trabalhava de dia e, à noite, estudava no colégio Professor Isaías.


Deslocava-se a pé, do centro até próximo ao trevo e nunca reclamou. Nem de caminhar nem da pressão que sentia frente ao jornal. Quando a viam nos representando em eventos, uma insistente frase sempre vinha à boca da maioria:
-Mas quem está por trás? Ora se uma garota vai ser capaz de conduzir um jornal! Ainda mais em Santiago, uma cidade grande!

Assim, como aparecia gente para ajudar, alguns infames sempre tentavam tirar uma lasquinha, até querendo intimidar a jovem. Mas nada tirava a sua vontade de levar avante a nossa proposta. Lastreada na amizade, no trabalho e na força de vontade, seguiu em frente feito desbravadora numa floresta.


Ainda nos primeiros meses, o seu irmão, o Mário Siqueira Júnior (Marinho) veio morar com ela para ajudar no que soubesse. O guri virou jornaleiro, vendedor, cobrador. Mais tarde, a Denise Pithan começou a atuar como vendedora ao lado de Heloísa Pes (Issa). Denise, que havia sido colega da Sandra lá em Tupã, também passou a morar no jornal. Em seguida, outra amiga da Sandra se juntou ao pequeno grupo.


Era a Silvana Ribeiro, filha do seu Luiz Ribeiro, hoje vereador em Capão do Cipó.
Toda aquela turma se somou ao trabalho e aos colaboradores da época: Marcelo Brum, Roberto Ornes, Nélson Abreu, Manoel Loureiro - o Tio Maneco -, entre outros. Em seguida, o Leandro Molina. Este entrou na nossa história como um dos primeiros redatores.


Hoje, ele atua na Rádio Gaúcha, de Porto Alegre. Depois do Molina veio a Cristiane Salbego (hoje professora). Ela foi a repórter que mais permaneceu no jornal. Foram 9 anos. Só saiu quando se formou professora e resolveu lecionar, seu sonho desde a infância.

Com o passar do tempo, foram surgindo outros colaboradores: Paulo Bandeira (Rádio Santiago), o Éldrio Machado (hoje, relações públicas da prefeitura, na época, dono de uma serigrafia), Ayrton Flôres, Édem de Paula (Iguaçu FM), Lizandro de Almeida... Todos ajudavam de alguma maneira e incentivavam a turma na batalha.


Tantos amigos deram apoio à causa jornalística, dentre eles, Aritana, Alan e Bartira de Sá e a grande família Zuliane, da Churrascaria Zuliane. A dona Lenir e seus filhos fizeram amizade com o Marinho e a Sandra e se igualaram aos da família.


Até o telefone da churrascaria virou o telefone do Expresso, por pura bondade da dona Lenir. Naquela época, ter uma linha telefônica era coisa rara. A velha CRT não tinha linhas a oferecer nem às novas empresas. Quem quisesse, que alugasse um telefone ou comprasse, pagando muito caro.

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