quinta-feira, 8 de outubro de 2009

20 Anos de Jornalismo


Em busca dos talentos

Tudo já estava bem alinhado e pouco a pouco foram aparecendo mais profissionais, força dos quais, o Expresso precisava, como o Rudimar Alves. Ele assumiu a entrega de jornais e a cobrança. Ainda nos primórdios do trabalho também conheci o Ivaldo Dias, o Paulo, da Livraria Bem Bolada. Por fazer informativos para fora, peguei o jornal do Clube do Estudante.

Ele era editado pela sua livraria. As notícias eram voltadas à classe estudantil e, por vezes, destacava os artistas locais, a exemplo do grande Sidnei Garcia (foto). Ao ver seus desenhos naquele jornal, pedi informações ao amigo Paulo Dias e fui tratar de encontrá-lo.

Não demorou e localizei o Sidi numa serigrafia na Venâncio Aires. Como sempre gostei de desenho, de charges, e sabendo que um bom jornal começa com uma boa sátira desenhada, pedi a ele que desenhasse para nós.

Meio xucro, com cara de brabo, ele foi logo dizendo que não iria espremer os miolos para tirar as idéias.
- Não, Sidnei. As idéias eu darei. Sempre tive vontade de desenhar e, por não ter esse talento, preciso de alguém para passar para o papel o que eu criar, lógico, com os toques de criatividade que só um artista tem - argumentei, louco de medo que ele não quisesse a tarefa.
- Tá, mas e se alguém querer brigar comigo nas ruas por causa de um desenho crítico?
- Isso jamais vai acontecer. Antevendo essa necessidade, pedi para o Marinho, que também já fez charges para o jornal, que assinaria o trabalho como se dele fosse.
Aí deu certo.

O Sidi topou e passou a fazer as charges todas as semanas. Como se não bastasse o fato de estar colaborando para o jornal, aceitou o meu convite e veio atuar em definitivo na redação. A princípio, não queria usar o computador para fazer os anúncios. Contra-ataquei afirmando que ele teria capacidade. Não deu outra. Meio a contragosto, lá se foi ele para o teclado. Bom em português, ajudava e ajuda a Sandra a formular os textos para os anúncios.

Estava feito o casamento entre o artista Sidnei Garcia e o Expresso. Desde 1996 ele está no jornal, desenhando todas as minhas idéias e algumas dele, basta estar inspirado. Reconheço nele um grande chargista que se moldou aos gostos deste editor e do jornal. Porque não dizer, aos gostos do próprio povo da região.

Seu traço foi aperfeiçoando assim como as minhas idéias e textos. Formamos uma união talvez inédita neste Rio Grande. Um pensa e cria, faz os textos, e o outro desenha tudo num piscar de olhos. Mais tarde apareceram o Antônio da Silva, o Tonho, o Paulo César Maia, o PC, entre outros.

A equipe estava mais alinhada graças à busca das pessoas certas para os lugares certos. Já dava para dizer que um grupo profissional estava se formando, dando ao Expresso a sua verdadeira cara.

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