segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Visita ao gênio

Em solidariedade ao gênio, coquei meus óculos novinhos. Indaguei ao Oracy se havia gostado deles, ao que me respondeu: mas nem dá pra vê-los, de tão pequenos.


Na tarde de sexta-feira, o Márcio e eu aproveitamos para visitar nosso querido amigo e colaborador aqui do Expresso: o talentoso, gênio e genioso Oracy Dornelles, o qual passa por problemas de saúde.

Fiquei triste e feliz: triste pelo estado do cara. Oracy anda de forma trêmula, devagar. Está fraquinho depois do enfarte que teve. À sua frente, além dos costumeiros livros e seus rascunhos poéticos, uma caixa de remédios que arde mais no seu bolso que no peito quando toma.

Feliz porque é sempre bom rever um gênio como o Oracy, que apesar de estar doente, ri com facilidade. E quem disse que ele é ranzinza? Só na hora em que resolvi ir ao banheiro e aproveitei para fuçar em seus livros e CDs guardados no fundo da modesta casa.
- Mas que coisarada tem aqui, Oracy - E ele respondeu de lá:
- Não fica bisbilhotando muito por aí.

A tarde foi curta para tanta leitura de poemas novos e bate-papo. Mas como ele não oferece chimarrão, vim embora lá pelas seis. Na saída, ao ver sua casinha quase tapada por plantas, arrisquei um trocadilho:
- Oracy, decididamente, estas suas plantas não são carnívoras. São "casívoras", pois estão a engolir tua casa.

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