Olha o que a internet nos proporciona. Há muito mais gente lendo meu livro do que eu imaginava. Embora o e-mail esteja meio vago, dá para perceber que a pessoa de fato fez uma leitura de alguns trechos. E que coincidência, ela ter vivo no mesmo lugar que eu. Vejam:
Olá, seja vc quem for!
Passeando pela internet achei seu blog e me chamou atenção porque eu tive minha infância lá nesse lugar. Parte de minha "aborrecência" também. Então, parei para ler e concordo com vc: para viver em um lugar como aquele, não se podia ter olhos e nem ouvidos. Você via e ouvia tudo mas nunca podia falar nada. Tive lá um namorado de quem engravidei.
Ele era uma pessoa boa, mas depois que o abandonei, virou marginal. O abandonei porque tive uma menina e achei que aquele não era um lugar apropriado para criá-la, então mandei ele escolher: ou vem conosco ou fica sem nós. Ele preferiu ficar e começou a beber e a usar drogas. Com isso, envolveu-se com marginais. Eu e minhas filhas deixamos de vê-lo.
Esses dias soube que ele já tem outra família. Espero que esteja feliz. Aquele lugar foi a prisão da minha infância, pois minha mãe não me deixava sair de casa e por isso não quis criar minhas filhas numa prisão domiciliar. Lá você mão vive, apenas SOBREVIVE.
Kelly
kellyijuy@ibest.com.br
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