terça-feira, 27 de setembro de 2011

A depressão é o fim do mundo

O cineasta dinamarquês Lars von Trier é um desses intelectuais que fazem filmes para o mundo pensar. É verdade que seus trabalhos, todos polêmicos, às vezes não são bem aceitos, mas agora ele promete sucesso com Melancolia, um drama interessante.

Nesse filme, Lars baseia-se no seu próprio sofrimento, a depressão, mal que ele diz ter desde criança, fazendo crer que é algo hereditário.

Em sua última entrevista à revista Veja, ele fala do novo filme afirma que a depressão é o fim do mundo. Solta o verbo a respeito da criação e diz que a vida é uma ideia muito ruim e, se partiu de Deus, Lars o culpa por tê-la largado na metade do caminho, sem uma conclusão lógica.

“Imagine uma criança que ganha um trem. Ele corre nos trilhos umas 10 vezes, o menino se diverte, até que perde o interesse pelo brinquedo. O que acontece com o trem depois que é abandonado? Isso é a vida!”, explica o cineasta.

E prossegue: “Se Deus criou a vida (eu não acredito nele, mas vamos supor que exista), ele a largou por aí. Criou seres conscientes de que cada passo deles causa o sofrimento de outro. E sabem que sua existência é finita. Isso é nascer sob uma sentença de morte.

“Se eu fosse um bicho, com o único propósito de viver pra comer e procriar, talvez a vida fosse tolerável. Mas desse jeito não é justa. Se antes de nascer eu fosse consultado se eu queria existir, diria não. Absolutamente não.”