quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Politicamente (in) correto


(João Lemes)
Detesto o politicamente correto. Em certos casos até que é bom, mas de resto, vai criando vícios. Depois de um tempo, a pessoa nem sabe se fala por sua cabeça ou pela dos outros, tamanha é a enxurrada de frases prontas que andam por aí. É só alguém achar lindo um dizer, que já se apropria dele para deixar de ser ela mesma, de ser natural... Respeito todos os tipos de manifestos. Entendo que muitas coisas não seriam bem explicadas sem a língua padrão e os rebuscados (ou manjados) termos, mas convenhamos, falta criatividade para deixá-los mais simples e compreensíveis. 

Venho pesquisando e tenho descoberto horrores. Exemplo: como é que vou chamar alguém de “portador de necessidade especial”? Como disse um escritor, o Saci do Inter seria o quê? Então, pra mim, é “deficiente” e deu. A forma de tratá-lo não mudará o preconceito que alguns ainda têm. E pra que dizer “egresso do sistema prisional” em vez de “ex-presidiário”?

Medicina ocupacional: alguém sabe o que é? Basta perguntar ali na vila que o desconhecimento vai prevalecer. Poucos sabem que tais palavras estão ligadas à saúde no trabalho.

Resíduo sólido: parece fácil, mas não é, pois resíduo lembra algo líquido, não? Mas no contexto atual é a “sobra” do lixo que não pode ser jogada em qualquer lugar, como baterias, lâmpadas etc. 

Poderia ir mais longe e falar dos manjados termos do tipo “qualidade de vida” em vez de “vida melhor”; “salvar vidas”, em vez de “salvar pessoas”, mas vamos deixar para um próximo artigo.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Não cabe nem mais uma agulha em nossas ruas. É o preço do progresso, ou o lucro!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A leitura é...


“A leitura é uma linguagem silenciosa que pode remeter o indivíduo aos mais distintos lugares, fazendo-o avançar ou regredir no tempo. Ela é capaz de criar mundos diversos e estabelecer conclusões. É uma maneira individualizada de se inteirar das coisas nas quais o próprio leitor pode ser o locutor e até o escritor, tendo em vista que ele ‘anda’ pelo pensamento de quem escreveu”.
(João Lemes)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Peru ou piru? Bugio - bugiu?


João Lemes*
Antes de irmos ao assunto de hoje para vermos se é correto dizer “peru ou piru”, “bugio ou bugiu”, “veado ou viado” etc., convém dizer que na Língua Portuguesa não existe o errado -  quando conseguimos nos fazermos entender -, o que existe é linguagem adequada e inadequada. Então, tanto faz dizermos peru, piru, bugiu, bugio...

Entretanto, há que se ter critérios, pois na língua escrita há normas e não dá para seguir o que se diz no dia a dia, no coloquial. Temos que escrever o correto: peru, bugio, veado... Mesmo que seja apelido de alguém, nada muda.

Essas considerações nos fazem lembrar que em outros estados o pessoal também muda as letras na língua falada. Se nós colocamos “i” no lugar de “e” eles colocam “u” no lugar de “o”. É “tumate”, “fugão”, “Juão”... E eles por acaso escrevem assim? Claro que não, a exemplo do que falamos acima sobre os nossos termos.

Está combinado? No dia a dia, sigamos com “piru”, “bugiu”, “viado”, ou ficaria pedante dizermos tudo corretinho como se escreve.
Obs. peru não tem acento por ser oxítona terminada em “u”.