terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Vícios da língua e outras coisas


Temos notado que o Brasil adora criar interjeições, que são aqueles sons antes das frases quando a pessoa não tem o que dizer ou não formulou nada ainda. Tipo: ééééé, ãhãhãh... E agora já se ouve as frases completas, mas que acabam não dizendo nada, como esta: “É que, na verdade, é assim óh”...

Outra coisa que se nota é que poucos comunicadores conseguem abrir o microfone sem dizer “Muito bem”. No meio da entrevista e até depois da música seria normal. Mas e antes, este “muito bem” seria sobre o que e pra quê? Pelo que se vê, é outro vício de linguagem.

E podemos citar outras coisas clássicas como: “Voltamos depois do intervalo” - já viu intervalo sem volta?. “Agora, a hora certa pra você.” - Alguma rádio já deu a hora errada de propósito? “Antes de mais nada, vamos à entrevista.” - Antes do nada existe algo? 

Agora vamos aos ditos “bordões” ou “clichês”, aquilo que é repetido de ponta a ponta no país porque alguém achou lindo e passou adiante, a exemplo desses: “Deixo de citar nomes pra não cometer injustiças.” -  Este é antigo, nossa! “Eu não sou político, eu estou político” -  Este é mais moderno, mas dói da mesma forma. “Desde já, agradecido”. Velho, mas pelo menos é sobre bons modos. Passa.

Também recebemos algumas expressões tidas por um leitor como sendo “galicismos fraseológicos”: “Em última análise” -  Quer dizer que houve a primeira, a segunda... 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O que muda é só a data


Ano novo, vida nova. Essa é a máxima, mas na prática não é bem assim. O que muda é só a data, embora isso cause uma reviravolta na cabeça. Vêm as alegrias do ano bom, as tristezas por não ter sido como a gente queria... Magoamos pessoas? Alegramos outras? Sim, em 2012 fizemos de tudo um pouco e agora queremos vida nova, frisando-se aí os erros para não voltarmos a cometê-los.

Bobagem! Sempre erraremos, talvez menos, talvez mais, talvez eles não sejam tão graves, mas eles sempre estarão em nossas pobres vidas humanas. O importante mesmo é cometer erros novos, pois repetir o passado é sinal de burrice. Eu, a exemplo de muitos, faço minha reflexão e quando a cabeça não quer mudar, começo a limpeza.

Inicio pela pasta. Tiro todo o lixo de “séculos”. Papel de chiclete, tampa de caneta, a caneta bonita que ganhei e que não prestou, multas de trânsito pagas, aquele cartão de alguém que pensei em ter ligado mas que nem sem mais quem é... Depois da pasta, limpo o computador: arrumo arquivos, deleto o lixão... Aí chega a vez das gavetas de casa, do bidê ao lado da cama... (Meu Deus! Que tanto remédio eu tomei em 2012!. Tá assim de envelopes vazios) e da mesa do escritório...

Feito isso, vem a melhor limpeza, a da minha cabeça. Engraçado, de repente, ela se arrumou como num passe de mágica e está pronta pro novo ano. Só aí notei que, ao arrumar a pasta, as cavetas, a mesa... arrumei, sem querer, a cabeça também. Mas pra quê?, se nada muda. É só uma data nova...