segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Para os que amam os carros

Dizem que muitos não ficam brabos se mexerem com sua mulher, mas com seu carro... Sim. o automóvel virou o sonho do brasileiro. A casa pode ser humilde, porém com um carro na garagem. Mesmo que seu uso seja pouco devido ao preço da gasolina, ele está ali.

Sabiam que até 1900 não havia um carro sequer? Que os primeiros só atingiam 30km/h e gastavam mais água que gasolina? É que bastava uma subidinha para o motor ‘ferver’. Também não andavam à noite porque os faróis eram a querosene e clareavam pouco.

Mulher não dirigia. Era preciso ser mecânico. E quando um pneu furava, haja força para trocá-lo. A pessoa se sujava toda. Até para dar partida no veículo tinha que ter músculos. Caso a manivela escapasse, poderia decepar um braço.

O professor Geoffrey Blainey em seu livro “Breve História do Século XX” diz que os primeiros carros causaram alvoroço em Nova Iorque em 1902. Todos se queixavam do barulho, do mau cheiro e da correria que ameaçava pedestres e cavalos.

O americano Henri Ford foi um dos pioneiros. Seus carros ganharam o mundo. Em pouco tempo o jovem que se criou no campo era o mais comentado do planeta. Em 1930 seus modelos já tinham teto e vidros nas janelas, freios hidráulicos, motores mais silenciosos... Em Santiago teve gente vendendo até três quadras de campo pra comprar um carro.

A evolução do automóvel foi tanta que hoje quase todos têm um (dois ou três). As ruas estão cheias. Não se sabe o que fazer com os antigos. Até as fábricas estão lotadas sem ter para quem vender. E quanto ao mau cheio e barulho? Bom; isso é coisa do passado. O que incomoda hoje são as músicas em alto volume e a falta de lugar para estacionar. Ah, e a correria e o perigo continuam também...

Legenda:
O santiaguense Cássio Peixoto é um dos poucos que ainda tem um Ford V8 1932 comprado por seu pai Dilon Peixoto. A raridade está avaliada em 180 mil. 

O imbecil da rede social

Um dos maiores fenômenos dos últimos tempos é a rede social. Ela estreita caminhos, ajuda a fazer amigos, ‘nos divulga’, serve para negócios, diverte, educa, ensina. Aliás, a internet seria para isso. Seria... Hoje há 80 milhões de brasileiros acessando a internet pelo celular e a maioria tem seu “face”. Mas e quantos usam com os propósitos acima? Raríssimos. O que fazem é zombar dos feios, dos gordos, dos pobres, dos gays... Também proliferam os boatos e a violência visual mostrando cenas terríveis com gente morta ou rebentada. Serve ainda a muitos crimes de falsificação e aos apelos sexuais proibidos.  

O filósofo Umberto Eco diz que a tecnologia na informação deu voz aos imbecis. “Antes eles falavam essas coisas num bar depois de uma taça de vinho, sem prejudicar ninguém. Mas a Internet promoveu o idiota a dono da verdade. Por isso, os jornais devem fazer boa filtragem porque ninguém sabe nem se um site é confiável", ensina o escritor. Como vimos, ele não quer banir os idiotas. Apenas faz uma constatação. Seu intuito é nos ensinar a separar as tolices e não compartilhá-las para não corrermos o risco de também virarmos um imbecil da rede social.