sábado, 22 de abril de 2017

Comunicação é isso

(João Lemes)
Há quase 30 anos atuo na comunicação e se há uma coisa que aprendi, foram as linguagens populares, do que o povo gosta e quer ouvir e ler. Um termo novo, por exemplo, pode levar muito tempo para ser embutido no vocabulário popular. Já outros não se encaixam nunca, principalmente as invenções dos governos para um tal de palavreado "politicamente correto".

Exemplos:
Não importam quantas vezes se diga que o prefeito é um "gestor". Para a grande massa, ele sempre será prefeito;

Não adianta dizer "a União" em vez de governo federal. No geral ninguém vai dar ouvido;
Chamar casa popular de "unidade habitacional" é dar nó em pingo d'água. Todos dirão casas ou "casinhas" - mais comum ainda;

Poderemos gastar a língua dizendo "complexo poliesportivo Aureliano de Figueiredo Pinto" que todos, até os mais "sabidos" vão pronuncia simplesmente "ginasião";

Não adianta dizer que no mercado há “gêneros alimentícios” se todos dizem “comida”, “alimento”, “compras” e até “sortimento” ou “rancho”.

Falar que o governo vai enviar um “recurso” chega ao povo como dinheiro. Ou você diz ao amigo, “vou ao banco retirar um “recurso”?;

Chamar a pessoa com deficiência de “portador de necessidade especial”, nem pensar!;

Outra coisa ridícula é mudar o linguajar universal do esporte para algo mais sofisticado com exercícios eruditos;

Ficamos com estes exemplos por hoje e lembramos que um palavreado bonito é aquele que todos entendam e que seja o mais direto possível. Ninguém mais tem tempo para enrolação.