segunda-feira, 27 de abril de 2009


As feiras e os shows

No ano passado os cantores Bruno e Marrone faturaram R$ 220 mil em cima dos santiaguenses (incluindo a estrutura do show). A dupla agradou ao público, mas levou embora o lucro somado de muitas empresas. E nada a ver com a direção da última feira. Ela tentou agradar aos pedidos da maioria, e até agradou, só que depois tive que suar para cobrir tamanho rombo. O talagaço foi tanto, que para este ano, não se tem notícia de algum show de grande porte. (Pelo menos até agora). E mesmo a sequência do próprio evento segue indefinida, sem presidente e até sem as tradicionais soberanas. 

Público gosta e gasta

Só para mostrar que essas atrações é uma tolice do ponto de vista econômico, lembramos que no ano passado, a cidade de Itaara trouxe o cantor Leonardo, sendo que a venda de ingressos não cobriu metade dos custos, que foram arcados pela Prefeitura. Na Fenamilho, em Santo Ângelo, houve show com Victor e Léo, Zé Ramalho e outras grandes atrações. Claro, a cidade é uma metrópole se comparada a Santiago. Mas outubro, a pobretona São Luiz Gonzaga vai receber o cantor Daniel durante a sua feira. O público gosta e gasta para ver os artistas. As pessoas organizam excursões e lotam esse tipo de evento, investindo neles o dinheiro que poderia ficar no comércio local e regional.

Dinheiro de balde

É que se criou uma tradição de que uma grande feira, precisa ter um grande show. E aí, dê-lhe artistas caros. No final das contas, existe todo um custo logístico que poderia ser revertido para a própria feira, mas que fica comprometido com o show, ao invés de privilegiar e incentivar o consumir, razão de existir qualquer feira comercial. Do jeito que são promovidas, se tornam grandes quermesses. E que venha a ExpoSantiago. E que venha Bruno e Marrone e outros grandes nomes, como Victor e Léo, que eu inclusive adoro. Só que, daí, ao invés dos empresários, quem leva o dinheiro de balde são eles.

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