terça-feira, 30 de junho de 2009

DESABAFO de JAGUARI


A gripe passa, o preconceito, não

Prezado João Lemes.

Primeiramente, elogiosa a tua atitude de não divulgar dados sobre a suspeita da nova gripe em Jaguari, sem, antes, ter confirmação. Trata-se de uma atitude sábia e responsável. Ao depois, quero dizer que os casos suspeitos - meus conhecidos - já foram descartados. O resultado do exame acabou de sair e deu negativo. A imprensa séria faz isso: preocupa-se com o bem-estar da população e não em vender jornal.

Semeando pânico

É uma pena que algumas pessoas ignorantes sobre a nova doença, tenham feito tantos alardes desnecessários, tenham aumentado tanto as proporções de algo que nem havia confirmação criando pânico generalizado. Por divulgação dessas pessoas, muitos conhecidos foram alertados para não nos visitarem porque estaríamos muito doentes. Ocorre que eu e meu marido JAMAIS estivemos sequer gripados.

Como nasceu a suspeita

Meus conhecidos estiveram na Argentina há alguns dias. Ao retornarem, apresentaram os sintomas e MOVIDOS POR UMA RESPONSABILIDADE ADMIRÁVEL procuraram atendimento e foram considerados suspeitos. A partir daí, cumpriram à risca todas as recomendações médicas, permanecendo, inclusive sob isolamento absoluto em sua casa, para não correr o risco de, caso estivessem com o vírus, contagiar ninguém.

Ficaram trancados em casa, conversando com as pessoas apenas por telefone e via internet. Muitos, extremamente solidários, ligaram para saber como estavam, se precisavam de algo. A esses amigos, nós agradecemos profundamente.

Agradecimento

Quero aqui elogiar o Posto de Saúde de Jaguari, especialmente a Carmen, a Mônica e a Jocilei, que ligaram todos os dias para saber como eles estavam, forneceram remédio e, principalmente, apoio. Quero elogiar o dr. Fábio Pedro, do HUSM, profissional de verdade, que atendeu com carinho, atenção e que telefonou diariamente para saber como estavam.

A doença do preconceito

Finalmente, o exame de meus conhecidos resultou negativo. Mas, a nova gripe está aí. É uma realidade. Entretanto, me preocupa mais o impacto que ela causou do que a própria doença em si – essa, aliás, segundo os especialistas, mata menos que a gripe comum.

A população não está preparada para ela, por total falta de conhecimento, pois apesar das explicações da Secretária de Saúde e dos médicos que estão, a todo momento, explicando na mídia, as pessoas parecem ignorar, disseminando o pânico. Pura ignorância. Puro preconceito, sentimento (para não dizer doença) este que não passará, o que não é o caso da gripe. Ela até pode vir, mas fará menos estrago que o imaginado, o resto, será por conta das nossas próprias mentes macabras.

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