terça-feira, 28 de julho de 2009


Se não for vista,
não será lembrada

Ontem à noite ouvi uma entrevista com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão e concluo que é muito fácil falar do governo, achar que ele é culpado pela gripe se alastrar, mesmo sabendo que no mundo todo é assim, está sendo assim. O vírus se alastra sem controle. Por que no Brasil seria diferente?

Quanto ao Tamiflu, o governo não o proíbe de ser vendido em farmácia. É o laboratório que não tem para atender a todos, apenas mantém o compromisso com os governos. Mas cá pra nós, é bem como diz o ministro. Caso existisse Tamiflu nas farmácias, os Lemes da vida tomariam tudo, antes mesmo ficarem doentes e, aí, o vírus tomaria conta de vez, ficando cada vez mais forte, resistente ao próprio remédio.

Já os pobres, morreriam sem conseguir um comprimido que fosse, pois novamente os Lemes arrematariam tudo. Mas com o governo distribuindo, é diferente: só os casos graves realmente, é que vão ter o remédio.

E quanto aos infectados com gripe, ninguém sabe qual delas é, mas estando fora do grupo de risco, vira uma gripe igual a outra, com os mesmos sintomas, mesmos cuidados, mesmo remédio...

Até agora, a gripe A matou 800 pessoas no mundo. No Brasil, mais de 50. São vários meses desde que ela foi descoberta. Aí, cabe usar uma frase do ministro: só em junho do ano passado, morreram 4 mil pessoas de gripe no Brasil, e não era a gripe A. Era a comum.

Isso mesmo. A comum segue matando, porém, ninguém vê, pois não é notícia quando se morre de gripe comum, se for da outra, aí vira fato e vem o medo, o pânico. E mais uma vez nos vêm à mente a famosa frase: quem não é visto, não é lembrado.

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