sábado, 12 de setembro de 2009

20 Anos de Jornalismo



Nasce o Expresso em Santiago

Transcorria o ano de 1993. Mesmo morando em Tupã, seguia fazendo jornal para fora, até que um dia, me chega o jornal do famoso Júlio Garcia, a Tribuna de Santiago, talvez o primeiro jornal de Santiago com o qual eu tive contato e o último também, fora o Expresso. Se bem que vários outros jornais aqui da nossa bela terra nasceram com uma certa mãozinha do Expresso, mas essa parte eu conto mais tarde.

Ao fazer o jornal do Júlio Garcia (e como eles, "os júlios", gostam da comunicação, de fazer jornal, rádio, internet, não é mesmo?) me vi, sem querer, sabendo dos fatos da bela Santiago. Percebi que o veículo poderia ser mais popular e com menos notícias políticas. Mais tarde, soube que seu dono era filiado ao PT. Admiro essa sigla, mas jornalismo e política partidária não combinam muito bem. Pelo menos, eu penso. Mas o Júlio Garcia era dedicado, apaixonado pela escrita. Um lutador. Estava tentando manter o seu jornal.

Essas coisas todas juntadas a minha vontade de sair de Tupã e comandar meu próprio negócio me deram forças e convidei um amigo, o Ronaldo Machado Salles para ser meu sócio, e nos tocamos para Santiago naquele mesmo ano. Meu convite ao jovem se justifica: ele era muito alegre e tinha uma moto CG 125.

Na chegada em Santiago, as indagações.
-O quê? Vocês querem fundar um jornal aqui? Nós já temos o Correio do Povo, Zero Hora, A Razão... Não precisa outro - diziam.
-Sim, queremos que esses jornais sigam servindo à comunidade. Só buscamos implementar o jornal local, forte e atuante - argumentava. Todavia, a aparência não inspirava confiança.


Quando eu não andava de táxi com o amigo Ronaldo, estava na sua moto, com aquele cabelo comprido e uma cara aparentando, modéstia à parte, uns 20 anos. O João Lemes era um perfeito moleque. Um guri que não tinha nem dinheiro para pagar um pernoite de hotel e nem para algum jantar ou almoço mais substancial.

Nas vindas para Santiago, vivia pousando em casas de amigos e comendo xisburguer na praça. Depois que recolhia as informações, pegava os 130 km de terra pela 377 que me levariam à Tupã, onde o Semanário me aguardava para ser editado. Depois eu faria o Expresso e retornaria a Santiago na próxima semana e, assim, sucessivamente. Parecia a rotina "Tupã - Cruz Alta - Salto do jacuí - Tupã." Sim, mas dessa vez não haveria estresse. Afinal, eu aprendera a lidar com esse bruxo. E como!

Me lembro como se fosse hoje. Cheguei na Câmara de Vereadores e encontrei os amigos Paulo Bandeira, assessor de imprensa, Nélson Abreu, Tito Beccon e Vilmar Rosa (vereadores), Olavo Sobrosa, assessor de bancada e tantos outros, que atuavam sobre a batuta do grande presidente Paulo Menges.


Agradeço a todos eles pelo apoio e crédito que me atribuíram à primeira vista, mas quem me ajudou, de fato, foram o Paulo Menges e o Paulo Bandeira. Um acreditando no meu trabalho, sendo o primeiro a publicar a resenha legislativa; e o outro até fez matérias para o jornal.

Foi o Paulo Bandeira, grande locutor da Rádio Santiago, quem nos apresentou à Heloísa Pes (Issa), nossa primeira vendedora de propaganda, lá no antigo W Bar, do amigo Édson Lambert (Barnabé).


Foi Olavo Sobrosa o primeiro a nos oferecer sua residência para pernoitarmos e foi ele também quem nos levou ao programa Olho Vivo para sermos entrevistados por Jones Diniz, outra figura que admiro muito.

Mais tarde, conheci Itacir Flores, Marco Peixoto, Chicão, Roberto Ornes, Marcelo Brum, Valdir Pinto, Valtenor, Lisandro e Mateus de Almeida, Ayrton Flôres, Éldrio Machado, Leandro Molina, Décio da Costa e tantos outros que me estenderam a mão e colaboraram com o nosso investimento, com a nossa idéia, com a minha família...


Obrigado. Vocês também foram responsáveis pela minha jornada e a da minha equipe em favor do jornalismo impresso.

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