quinta-feira, 22 de abril de 2010

Atentado à imprensa


O título acima diz respeito ao modo como os vereadores assisenses tratam a imprensa. Vejam o modo como o ilustre representante daquele poder nos trata.



Câmara Municipal de Vereadores
São Francisco de Assis- RS
Ofício- 038/2010 Em 20 de abril de 2010

Prezado Senhor

Estamos solicitando a vossa senhoria, informações sobre a matéria vinculada na edição do Jornal Expresso Ilustrado, do dia 16 de abril do corrente ano, a qual denuncia vereadores e funcionários da Câmara Municipal no uso de diárias para viagens, se a mesma foi redigida pelo representante do Ministério Público de São Francisco de Assis ou por outra fonte, que seja
informado a este poder a origem desta matéria.

Atenciosamente
Ver. Horácio Brasil
Presidente

Ilmo. Senhor
João Lemes
Editor Chefe do Jornal Expresso Ilustrado
Santiago- RS


Agora digo eu


A liberdade de imprensa, tão defendida nos tempos da ditadura militar, está de novo sendo atacada. Vejam, a que se presta um presidente de câmara. Tem a ousadia, pra não dizer o descaramento, de enviar ofício da casa do povo perguntando a este diretor quem "redigiu" a matéria sobre a ação do promotor contra a câmara.


Ele quer saber, o empírico legislador e comunicador, se não foi o promotor quem a escreveu. E se foi, que mande dizer a ele.


Mas que barbaridade! Pelo amor dos meus filhinhos, onde é que andamos? Não sabe, o ilustre representante do povo assisense, que o Expresso tem mais de 17 anos e 50 funcionários, portanto, não precisa pedir ao promotor (e nem ele iria restar-se a algo deste quilate) para redigir matéria.


De mais a mais, cabe dizer, já que ele é pouco inteligente, que nós temos o direito de preservar a fonte da notícia, também temos acesso a qualquer documento público, pois lá na frente está escrito PROMOTORIA PÚBLICA.


E se ele, o senhor presidente, não gosta de informar as coisas às claras, a Promotoria gosta e cumpre com a lei cada vez que for solicitada por alguém. Seja preto, seja branco, rico ou pobre, jornalista ou morador de rua.


Todos têm acesso ao trabalho da Justiça e da Promotoria. Nós só não temos acesso aos gastos da câmara, para tal, tivemos que recorrer à força da lei. É desse poder que temos que duvidar, não do jornal, muito menos da promotoria.

Até mais ver, senhor vereador presidente.

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