segunda-feira, 5 de julho de 2010

Adeus, mãe



Minha mãe, na sua cadeira de balanço, quando ficava alguns meses na minha casa, aqui em Santiago.

Voltei a este blogue antes do recesso que darei a ele para dar uma resposta aos amigos que ligam, e para agradecer à solidariedade de todos vocês. Já na chegada em casa encontrei amigos do peito, me abraçando e fazendo minha dor diminuir.

Minha mãe, Elvira Chaves Lemes, morreu aos 76 anos (não 74, como havia postado), em Cruz Alta, vítima de parada cárdio-respiratória. Deixa oito filhos (dois homens e seis mulheres) e uma porção de netos e uma bisneta.

Ela foi uma pessoa que perdeu o marido ainda jovem, ficando com seus oito filhos pra criar. Quase todos foram criados por famílias estranhas e parentes, a exemplo deste blogueiro.

Ela lutou, construiu sua casa, foi servidora pública e, mesmo sem saber ler nada, manteve seu lar sem depender de ninguém.

Por fim estava fraca, vivia mais na cama, pois andava com dificuldade.

Sofri muito, mas na hora em que parafusei a última porca em seu caixão, entendi que ali dentro estava apenas matéria, e que seguira um caminho que um dia seguirei.

Sou realista. Entendo que Deus não chama ninguém. Ele pode até nos dar a vida, mas tirá-la, jamais. Se morre porque é natural como tudo aquilo que nasce.

Me conformo, pois não ficava alegre em vê-la reclusa em uma cama. Ninguém merece isso. Nós, seus oito filhos, sofremos todos, seus amigos também, mas não tem problema nisso. Sofrer também faz parte da vida, melhor é saber que ela sim não sofrerá jamais.








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