sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Meu Natal inesquecível


Não gosto de coisas manjadas, termos da moda, e cheguei a dizer aos meus colegas que não escrevessem nada sobre o “verdadeiro sentido do Natal”. Essa expressão está muito batida. Mas mordendo minha própria língua, resolvi escrever sobre o tema, mas de uma forma diferente, contando sobre os presentes e brincadeiras, porque esse é o sentido para as crianças.

Corria o ano de 1975 e eu morava em Panambi, com a minha tia Otelina - uma velha conhecida de quem leu os relatos no meu livro. Era Natal e, mesmo sendo pobre, a tia sempre dava jeito numa cestinha com doces e nalguma roupa nova. Mas o que eu mais queria era jogar futebol com os amigos do bairro, porém, a bola havia furado. Como nos presentes não havia uma, resolvi sair e comprar, pois havia ganho uns trocados limpando pátios. Mas o campo, como era de chão duro, não permitia jogo descalço. Então, pensei:
- Vou ter que comprar umas “congas” também -.

E assim eu fiz, só que, para baratear as compras, escolhi uma bola de plástico (daquelas que chupava a pele onde pegasse). Azar! O importante é que consegui a bola e o tênis. Lá me fui reunir a turma e fomos pro jogo. Passamos o dia inteiro jogando e, quando o calor estava demais, nos refrescávamos num açudinho de sanga que nós mesmos fizemos ali perto. Esse foi um dos meus melhores Natais. E ninguém ligou que a bola fosse de plástico, pois todos passamos fazendo o que mais queríamos, e com os amigos dos quais nós mais gostávamos.

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