terça-feira, 20 de setembro de 2016

Respeito, este sim deve ser o símbolo do gaúcho

(por João Lemes)
Hoje o Rio Grande deu mais um grito de liberdade para marcar o dia 20, data histórica para quem teve antepassado que pelou na Revolução Farroupilha. Sabe-se que o nosso Estado foi o mais sangrento. Quase nunca ficava fora de uma boa peleia, seja com os de outras pátrias, seja nas guerras civis.

Muitos criticaram dizendo que o gaúcho é de uma "bagualeza" total. Outros apoiaram as batalhas em nome da vontade de sair das garras do poder lá de cima que achatava a todos. E há os que dizem até hoje que as guerras e revoluções eram sempre travadas pela burguesia, mas quem lutava e morria eram os pobres: negros, índios, mestiços e camponeses.

 Mal ou bem, ricos e pobres formaram o povo deste torrão e deram origem às atuais gerações. O que importa é que tenhamos aprendido com o passado e nos dado conta de que a luta hoje é mais democrática, com a caneta no lugar da lança; com as ideias em vez de gritos e com a alma lavada com o chimarrão em vez de sangue de irmão.

 Neste imenso chão, de tanta fartura, tem para todos os irmãos, basta que ensinemos a todos o valor do trabalho, do caráter, da amizade e do amor. Basta que tenhamos algo melhor que a simples aceitação das diferenças. Basta que tenhamos algo chamado respeito, esse sim deve ser o símbolo do gaúcho e deve servir de modelo a toda terra.

domingo, 11 de setembro de 2016

Deus x consciência

(João Lemes)*
Há anos a humanidade trava debates sobre a existência divina. Afora o respeito às crenças e religiões, e salvaguardadas suas importâncias para o homem terreno, acredito que a fé não seja fruto da intelectualidade. Toda crença vem da vontade do homem de procurar a perfeição, criando uma dependência em Deus e dando alento a seus temores.

Muitos filósofos desacreditaram na existência do divino, outros reafirmaram que seria impossível algo nascer do nada. Assim, todo o universo teria vindo de um ser em espírito ou em matéria de tal dimensão que não caberia em nossa imaginação. Ele seria maior até que o próprio cosmos.

Para quem for mais cético, até esse ponto da conversa é possível extrair algo lógico sobre Deus. O que vem agora é, de fato, o que só pode ser concebido pela fé de cada um. É o fato de que Deus consiga e queira interferir em nossos caminhos, mesmo tendo nos dado o livre-arbítrio.

No meu modo de pensar, Deus só poderia estar ligado a nós, seja para vigiar nossos passos, nos punir ou nos ajudar, caso estivesse ligado à nossa consciência.  Assim, o Supremo teria que ser uma espécie de consciência gigantesca onde estivessem conectadas todas as outras consciências do universo. Essa ideia talvez seja o que leva muitos a dizerem que Deus é consciência.

*(Professor e jornalista -  Santiago - RS)