quarta-feira, 21 de junho de 2017

Quando o cidadão vira bandido

(J.Lemes) - O debate sobre o desarmamento parte do pressuposto de que no sul as pessoas têm a história das guerras no DNA. Por isso herdamos a admiração pelas armas e as ostentamos sem notarmos que é algo feito só para tirar a vida. Meu pai foi vítima de arma. Mas não é por isso que sou contra as armas. É que vejo as estatísticas e sei que elas não amenizam a violência. Digo mais; a pessoa que não é violenta, que foi bem criada, dificilmente dará um tiro em alguém. Essa tarefa é muito difícil. Eis mais uma razão para não andarmos armados.

Agora citamos o caso de uma pessoa que tenha arma em casa para espantar ladrão. Onde ela vai guardá-la? Em lugar seguro, óbvio, escondida das crianças. Coloca até no cofre. Aí, de repente, chega um bandido. Quando se vê ele está dentro de casa. Aí a pessoa diz a ele para esperar um pouquinho até ela pegar sua arma no esconderijo. Então, para uma arma em casa ter valor é preciso que você fique com ela em punho na frente de casa o tempo inteiro, de vigília com se fosse num quartel.

Entretanto, o problema maior no uso da arma é o fato de que na hora em que você põe ela na cintura poderá se transformar, seja no trânsito, no bar da esquina... Sim, somos frutos da emoção mais do que da razão. Aí é nessa hora que o famoso "cidadão de bem" passa a linha que o separa do mal. Como se vê, as cadeias estão lotadas de gente de bem que matou o amigo, o irmão a esposa, tudo pela emoção e, claro, por estar muito bem armada. Além do mais, nunca vamos diminuir o númeo de assassinos no mundo matando mais gente.

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