sábado, 17 de fevereiro de 2018

Histórias das praias

(J.Lemes) A cada viagem, sempre trago uma lição. Há pouco encontrei essa velhinha em Torres. Agora, por último, aprendi mais uma vez que é fácil enganar nosso cérebro. Fomos passados para trás por um simples vendedor de docinhos. Isso talvez justifique os contos dos bilhetes por aí.

Vovó linha dura
Essa senhora de 80 janeiros vende rosquinhas. Assim que a indaguei sobre muitas coisas, ela lascou:  - Não vai me perguntar mais nada? Sabia que durmo bem, como bem, não tomo remédio e ando o dia todo? No fim do dia, quando me perguntam se vou descansar, digo que agora é que vou trabalhar! Vou fazer outra fornada. Até agora eu só tava descansando. 
Então perguntei de onde vinha essa energia. Ela disse: 
 - A vida é ótima e a cada dia tenho mais força pra viver. Do meu trabalho tiro a alegria e das pessoas, o incentivo. Ah, e não esqueço meu aperitivo.
Lição: a felicidade é um bicho estranho 

O enganador de cérebros
Em Capão da Canoa, em meio àquelas cornetas e apitos infernais dos vendedores, surgiu um senhor com uma caixinha de doces. Não falou nada. Só entregou um bilhetinho e se foi: “Trabalho para sustentar a família. Por favor, me ajude! Desistir, jamais! Avançar, sempre! - salmo tal, tal”.

Quando ele se foi, eu disse. 
- É surdo-mudo. Já recebi desses bilhetes. Tratamos de ver os trocos. Quando voltou, fomos, enfim, comprar uns doces. Para o nosso espanto, ele tagarelou à vontade. 
 - Pera! O senhor não é surdo nem mudo? 
 - Não!
 - Mas e o bilhete?
 - Ah, é só o meu marketing!
 Nessa hora corri ver o bilhete que havia guardado na bolsa e, de fato, ali não dizia nada, se era surdo ou mudo. 
Lição: é fácil enganar nosso cérebro.

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