sexta-feira, 16 de outubro de 2009

20 Anos de Jornalismo

Prates e eu, no fórum de Santiago. Anos 90.

O infernal Júlio Prates

Era uma tarde normal do ano de 1996, como outras tantas. Só passou a deixar de ser corriqueira quando um rapaz de olho claro, cabelos crespos e igualmente claros, entrou na redação. Usava uma camisa branca de mangas longas toda detalhada de riscas pretas. Na manga, algo estranho para meus poucos conhecimentos sobre moda. Uma espécie de bracelete para prender o tecido junto ao braço.

Prates chegou como se não quisesse nada, mas acabou querendo fazer muito. E fez. Fez tanto, que colocou a ponto de bala certos setores da política santiaguense, seja pesquisando o eleitorado ou escrevendo coisas do arco da velha. No fim das contas, até nós mesmos sentimos na pele as suas inconstâncias.


Mas deixando de lado algumas peripécias que não deram em nada, posso dizer que valeu a pena tê-lo conhecido. Mais: valeu a pena ter aprendido com ele. Falamos do senhor Júlio César de Lima Prates. Um verdadeiro mestre quando o assunto é polêmica.

Naquela famosa tarde, Júlio conversou muito com a Sandra. Falou que havia sido assessor do então desembargador José Paulo Bisol. Contou que estudou Direito, Sociologia, passou pela secretaria da Fazenda do Estado, entre outros cargos do mesmo quilate.


Disse que adorou o fato de retornar a Santiago e ver que havia um bom jornal. Tanto ele conversou que eu, depois de ouvir todo o diálogo na sala ao lado (a redação era uma sala só. Nós a dividimos com madeira compensada, transformando-a em dois lances) acabei me interessando pelo rapaz, pela sua perspicácia e nível de conhecimento.

Assim que Prates saiu da redação, chamei a Sandra e pedi que o interpelasse sobre pesquisas eleitorais. Ela ligou para ele no outro dia e, quando me dei conta, estávamos fazendo pesquisas e mais pesquisas.


Ora checando a atual administração de Vulmar Leite e Paulo Rosado, ora conferindo as intenções de votos em função das eleições municipais daquele ano. Por força dessas pesquisas, nasceram as contradições, depois os processos, seguidos pelos ranços com o nosso jornal, os quais estenderam-se por anos.


Narro essa passagem, não para tirar sarro ou proveito de alguém, mas para manter meu compromisso com a verdade, afirmado nos capítulos iniciais deste livro.

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