quarta-feira, 14 de julho de 2010


Somos todos bandidos

No mês passado, Cláudison Cristiano Chagas Berens morreu com um tiro na testa em Santa Maria. Um freguês de seu bar foi quem atirou, na hora da compra. O produto custou 20,75 e ele só tinha os 20. “Tu me traz depois esses 75”, disse a vítima, quando ouviu: “Vou te pagar agora mesmo”, recebendo o tiro. O rapaz ainda se arrastou até um abrigo de ônibus onde foi socorrido, falecendo no hospital.

Narro este fato pra lembrar do que uma arma de fogo na mão do cidadão é capaz de fazer. Sim, pois antes de virar bandido, o cara era um cidadão respeitado, um advogado. Depois de preso, disse que atirou em Cláudison por que “deu vontade”. Tudo reverteu-se em poucos segundos, provando que somos todos cidadãos, que somos todos bandidos. A diferença tênue está na arma e na emoção. Caso esse “cidadão” não tivesse a arma, essa tragédia não teria acontecido, já que ninguém de fato sabe quem é e do que é capaz.

O incrível foi que, na semana seguinte, me encontrei com alguns amigos em Cruz Alta. Ao conhecer duas crianças lindas, sobrinhos do meu amigo Jairo Oliveira, soube então que o pai deles o empresário (Cláudison Cristiano) estava sendo velado em Santa Maria. Lógico, o nosso encontro, marcado há meses, não fora suspenso, até porque o falecido já estava separado da irmã dele, contudo, a dor ficou em todos os nossos corações por mais essa tamanha brutalidade.

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