segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Leitor indignado

Grito de protesto de Jaguari
(Antonio Carlos Mesquita do Amaral*)

O Grito do Nativismo acontecido há pouco foi um sucesso novamente. Nós, de primeira vez, e como mero visitantes, tivemos a satisfação de manter contato com pessoal de além fronteiras do Rio Grande.

Ocorre que os que vinham ao município até o ano de 2008, bem como seus próprios habitantes, uma vez adentrando pela avenida Júlio de Castilhos e fazendo a travessia da ponte até a rua Edu Marchiori da Silveira, deslumbravam logo adiante, no cruzamento com a Sete de Setembro, uma visão de dois avoengos prédios já centenários como se "sentinelas" fossem na entrada da cidade. Verdadeiros guardiões da história da comunidade que deu continuidade ao trabalho heróico dos desbravadores.

Um deles é o primitivo prédio da Prefeitura onde hoje se encontra o museu, o outro foi Solar dos Silveiras ao se perder do tempo. Presentemente, pelo mesmo itinerário, a visão é de indignação e tristeza, principalmente ao universo de pessoas com profunda sensibilidade, visto que o cenário foi descaracterizado por "bárbaro crime" perpetrado contra o patrimônio histórico, posto que fosse a derrocada pela mão do homem, um dos prédios a "bel prazer" da sanha gananciosa de pessoas sem escrúpulos e sem um mínimo de sentimentos.

Lá se vão mais de dois anos que "destruíram" a mansão que abrigara inúmeras gerações de uma mesma estirpe, para em seu lugar construírem área comercial atualmente arrendada para uma grande empresa de eletrodomésticos.

É de se lamentar que o seguimento competente do setor responsável não tenha tomado providências para embargar o projeto e a Câmara saído de sua letargia a fim de votar em caráter urgentíssimo o tombamento. A maioria da população, por tamanha desfaçatez é que esta dando o verdadeiro, o permanente e mais retumbante "grito de protesto de Jaguari"!

Santa Maria, 14 de fevereiro de 2011.
*Militar reformado

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