sexta-feira, 1 de junho de 2018

CAOS

(por João Lemes) - A população vive reclamando e falando em caos. Mas essa palavra significa bem mais que uma greve qualquer e bem mais que a falta de algum produto. O caos é quase o fim. Agora, com essa greve da única classe capaz de parar um país, os caminhoneiros, o governo e todos nós vimos que o caos estava ali, ali…

O caos também (quase) se viu no desespero das pessoas atrás de produtos, outras apelando para a violência, extrapolando leis e algumas agindo como age o ser humano: com hipocrisia. De noite falavam em apoio à greve e de dia corriam aos supermercados e postos. Não acho errado. Cada qual sabe de suas necessidades e desejos. São livres.

Já outros, derrotados politicamente ou desprovidos de uma leitura mais profunda, clamavam pelos militares. Também têm esse direito. Por incrível que possa parecer, isso também é democracia. Porém, basta sair na rua para ver as caras de anjos dos meninos do Exército segurando um fuzil. Pensam que eles teriam capacidade de governar uma nação com tanta complexidade?

O Exército está preparado, mas não para sair fazendo o que alguns queriam a torto e a direito. Os militares são treinados para respeitar a constituição, a paz e a ordem, o Brasil e seu povo. A democracia, por ruim que seja, ainda é o melhor sistema.

Ou pensam que alguém poderia reclamar de algo, caso os militares estivessem no comando? Ninguém queimaria sequer um palito na esquina. Entendam: esse é o lado bom da democracia, podemos colocar e tirar de lá quem a gente quiser, fazer greve…

Entre tantas coisas que li e ouvi, separei essas palavras da professora Virgínia Dal Carobo: “O caos atinge a todos numa progressão assustadora e nada justifica a negação da liberdade de ir e vir, da capacidade de pensar, do diálogo na resolução de problemas. Os problemas de hoje são resultados de contextos diversos, com esteio na corrupção que a democracia escancara pouco a pouco em processos legais. A liberdade se consubstancia num valor inestimável, já o caos, tem um preço altíssimo a ser pago por todos”, escreveu a professora.

Pois é. A greve foi necessária para aliviar uma classe sofrida e para ajudar a todos nós, mas como tudo tem um preço, iremos longe pagando. E acreditem, isso também faz parte da vida e é bem melhor que o CAOS.

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