quinta-feira, 9 de abril de 2009

Milagre da marcela

Em dado momento da vida é preciso parar e avaliar o percurso, rever as falhas e mostrar o que aprendemos com elas. É tempo de reviver a Paixão, lembrar que na Sexta-Feira Santa não basta só colher marcela e comer peixes, mas sobretudo, repartir a pesca e a colheita com os amigos.

Lembro-me de que, na adolescência,meu irmão e eu costumávamos ir longe, logo cedo, para apanhar as “plantinhas miraculosas”, marcelas ou macela (os dois são certos). Não importava se traríamos uma enorme maçaroca e só tomaríamos um chazinho por ano. Valia pelo gosto de sair para o campo, desfrutando do convívio de alguém que, hoje, mal sei notícias. 

A tal erva que descrevo agora não é considerada, pelos médicos, como sendo “mágica”. Também não reafirmo isso, tampouco sou adepto ao curandeirismo, mas de uma coisa tenho certeza: Se tiveres dor-de-barriga e tomá-la, será o mesmo que “tirar com a mão”. 

Oxalá os males que sofremos na vida, oriundos da prepotência, do ambicionismo nosso “de cada dia” fossem tão simples como a dor-de-barriga, e a palavra tivesse, sobre o coração, efeitos tão miraculosos a exemplo da marcela. Mas, pelo menos, não falharemos por não tentar, esta é a certeza que resta. Feliz Páscoa a todos. 
(Publicado no Expresso em  29/03/02 e no livro 20 Anos de Jornalismo)

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