sexta-feira, 6 de novembro de 2009

20 Anos de Jornalismo

Percalços Familiares

(continuação)

A morte do jovem Maurício nos marcou por demais. Ninguém aceitava que um menino, inteligente, forte, alegre saísse de nossas vidas daquela forma estúpida. Mas essa perda não seria a única em um tempo tão curto.

Alguns anos mais tarde, o estado de saúde de minha sogra piorou muito. Além de sofrer de epilepsia, Noemi dos Santos Siqueira tinha um retardo mental que surgiu logo depois que teve seus primeiros filhos e se arrastou até o dia de sua morte, em 21 de novembro de 2000. Lembro-me que a Suzana passou boa parte da vida cuidando da mãe, embora tivesse poucos recursos para tal. Quando a Sandra foi morar sozinha, apenas com o Marinho (seu irmão), esta assumiu a tarefa de seguir cuidando dela.

Depois duma fase de tratamento intensivo numa clínica em Pelotas, todos pensávamos que a Noemi estaria apta a levar uma vida mais digna, sem aqueles terríveis ataques epilépticos e com maior capacidade de compreender a vida. Puro engano. Uma outra doença, que até então estava silenciosa, se manifestou de repente.

Aí a peregrinação peos hospitais e clínicas passou a ser mais freqüente, pois a Suzana e a Sandra queriam aplacar o sofrimento da mãe devido aos males provocados por um câncer que apareceu no colo de seu útero.

Infelizmente, as doenças de Noemi se agravaram. Para piorar sua dor e dar mais trabalho e preocupação à família, caiu de uma janela e quebrou a perna. Lá vieram outros tantos dias de amargura em um quarto hospitalar. Aquela queda pareceu ter sido derradeira. Logo que apresentou ligeira melhora, os médicos liberaram a Noemi para ir embora, para o seu leito doméstico, onde daria seus últimos suspiros nos braços das filhas.

Nenhum comentário: