quinta-feira, 31 de março de 2016

Salto na saúde da região

Obs. com a presença do secretário estadual de saúde

terça-feira, 29 de março de 2016

Ministro Nardes em Santiago

(por João Lemes)

Gente graúda na prefeitura
Ruivo reuniu o secretariado;
Era o Nardes, lá de Brasília
que por cá deu os costados.

Tudo a portas fechadas
e Ruivo nem fez alarde;
Afinal, o inimigo não dorme,
querendo o rim do ‘Narde’.

O gaúcho diz que é taura
em Brasília do belelé;
Por aqui o PP torce por ele
principalmente o amigo Pelé.

Ninguém duvida do Nardes
de que seja um bom sujeito;
Nem seus amigos vereadores
nem mesmo o próprio prefeito.

Eu tenho lá minhas dúvidas
em tempos de bate-panela;
Na política ninguém é santo
muito menos quem nasceu nela.

Nardes foi deputado
se reelegeu e vangloriou-se
Seu prêmio foi o Tribunal
onde enfim aposentou-se.

Mas deixa está que o Nardes
algum fundamento há de tê;
Dizem que pegou pesado
pra ajudar enterrar o PT.

Ele fala que não se calou
e agiu como índio bagual;
Pegou a Dilma pelo cogote
Devido à pedalada fiscal.

Isso nos dá um alento
em meio à esta polvadeira;
Vá que o ‘impiche’ dê certo
e encerramos essa fiasqueira.

A idade do amor


Entre os adjetivos do amor estão: forte afeição por outra pessoa nascida de relações sociais, atração baseada no desejo, doação, cumplicidade, companheirismo... Amor, do latim “a-more”, significa negação da morte. De fato, o amor nunca morre. O meu não vai morrer. Eu o renovo sempre que posso. Então, mesmo estando há mais de 28 anos juntos, nosso amor tem apenas meia hora, que é a idade do último beijo que lhe dei.

Coisas que não compreendo

(João Lemes)
Por que a prefeitura de Santiago segue dizendo que as calçadas não são de sua obrigação e sim do morador se quem fiscaliza e tem poder pra multar é a prefeitura?

Por que os artistas insistem em gravar ao vivo com a plateia cantando estrofes inteiras se os fãs não compram o disco para escutar a plateia? Lá pelas tantas você sempre ouve o cantor dizer: "Agora, só vocês!". Pior é quando as rádios só rodam essas.

Qualquer hora vou a uma loja de discos achar um só com a plateia cantando. Deve ter...

Por que alguns vereadores do PT chamam as pessoas para protestar se os maiores ladrões são os membros do seu próprio partido?

Por que os donos de bares, lancherias e pizzarias colocam a TV ligada na Globo quando o objetivo do cliente é se divertir com amigos? Quem quer ver televisão fica em casa (com exceção na hora do jogo ou da notícia).

Por que alguns locutores dizem "agora são PONTUALMENTE nove horas e dois minutos e três segundos"? 

Por que muitos não querem votar para vereador em quem não lhe prometa alguma troca de lâmpada, conserto de algum buraco, algum emprego pro filho?

Por que o PMDB de uma hora para outra resolve sair do governo, se os seus líderes também estão até o pescoço envolvidos nos roubos?

Por que ninguém mais consegue fazer campanha política no Brasil sem ter que pegar dinheiro das empreiteiras?

Por que alguns aparelhos domésticos são tão barulhentos? Aqui em casa tem uma batedeira que parece uma betoneira de obras. Tantos carros com motores que você nem escuta e estas coisinhas estourando nossos tímpanos... 

Por que a semana custa tanto a passar e os anos voam?

Por que as donas-de-casa não pegam as roupas e se tocam pra barragem lavar lá mesmo? Só assim podia ser que o governo olhasse por Santiago...

segunda-feira, 28 de março de 2016

A educação precisa falar uma linguagem mais popular

(João Lemes -  jornalista e professor)
A maior riqueza do Brasil é seu povo; a maior riqueza desse povo é sua língua. É por ela e com ela que aprendemos, nos educamos e nos tornamos sociáveis. E quando se fala em língua, entram nessa seara a fala e a escrita. Lembrando que a segunda não existiria sem a primeira, porque tudo que um dia foi escrito há muito já havia sido dito. A diferença é que a escrita mantém viva a história de cada povo, sua cultura, suas crenças. Por isso que ela é o melhor mecanismo educacional.

No início da colonização brasileira (século XVI), os governos não faziam questão de passar ensinamentos ao povo. Para que ler e escrever se nada disso era preciso para se cultivar uma boa lavoura de cana ou de café? Quem não fosse da alta sociedade não tinha acesso a livros. E para piorar, os escritos ainda mantinham o português arcaico, erudito, classista, voltados ao público elitizado.

Anos mais tarde, a escrita se popularizou, mas não o bastante. Apesar do crescimento do mercado editorial, com as facilidades para se editar livros, o Brasil ainda amarga o 60ª lugar em educação, comparado a 76 países (ranking de 2014). Ainda temos 8% de analfabetos. Os números não mentem. Temos que ver onde estamos errando. Por que o país não gosta de ler?

Quando o tema é educação, tocamos sempre na tecla da leitura. E já nos perguntamos: como conseguir mais leitores? Uma das formas é tentar popularizar mais a escrita. Tomamos como base a época do modernismo. Mário de Andrade, por exemplo, está entre os que mais criticaram a gramática, dizendo que era preciso escrever de forma mais semelhante à forma falada. Ele dizia que os antigos e rebuscados modelos eram uma “arte vazia”, não entendida pelo povo. Chamava isso de “ditadura da arte”.

As épocas depois de 1922 foram de grande popularização da linguagem. Essa foi a virtude do Modernismo: deixar a  literatura mais próxima do cotidiano, de uma forma mais ao gosto do leitor. Eles resgataram a raiz da nossa arte, rompendo com as estruturas do passado que mantinham o rebusque na escrita, dificultando seu acesso e entendimento.

Nessa linha de escritores que imitaram mais a realidade está também Oswald de Andrade, que debochava da própria gramática ao enfocar a complexidade da escrita perante a fala. É dele a famosa frase “Me dá um cigarro” em vez de “Dá-me um cigarro”. Ao inverter a ordem do pronome oblíquo “me” o escritor provou que raríssimos seriam os falantes a usar a língua falada desse modo. Veja o exemplo no poema a seguir:

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

Linguistas do mundo todo já provaram que ninguém gosta de ler o que não entende. Assim, o dito prazer pela leitura depende muito mais da compreensão daquilo que se lê ou que se pretende ensinar. Aí é que deve entrar um sistema simples, prático, voltado para o aproveitamento da inteligência e capacidade que cada um trouxe de berço, que herdou da compreensão de mundo.

Uma das estratégias para abrir caminho no campo da leitura é levar em conta a riqueza da variedade linguística que encanta cada região brasileira. Afinal, o que é o dicionário se não anotações que brotam do próprio falante? Aqui no sul, por exemplo, temos uma das maiores variedades da língua que vem da miscigenação de nossa gente. Por isso, é mais do que necessário que se reúna esse linguajar para usarmos na escrita.

Outro fenômeno que só se nota no RS é o sotaque castelhano, assim como a incorporação de palavras espanholas ao dito linguajar gauchesco. Essa mistura no palavreado se acentua muito na região das missões justo pela proximidade com Argentina, Paraguai e Uruguai. Nesses pagos se nota um gaúcho que se diz “guapo”, que para nós é sinônimo de forte, robusto. (Para os hermanos significa bonito).

Aqui também chamam de “bueno” ou “buenacho” quem é bom, e de “índio taura” quem é destemido.
Outra característica do missioneiro é a pronúncia do "L". Ele imita o som produzido pelos falantes da língua espanhola. A língua toca bem o céu da boca, permitindo uma perfeita pronúncia. Como dizemos também aqui no sul: o castelhano (e por consequência, o missioneiro) dobra bem a língua. Aliás, isso ajuda a evitar um antigo vício que até os letrados têm: a troca do L pelo U quando escrevem. Esse erro se deve à sonoridade muito parecida entre as duas letras.

Enquanto o resto do Brasil se liga muito na cultura americana, dando ainda mais cancha à língua inglesa, o sulino mescla seu vocabulário com termos espanhóis e diz que isso é tradicionalismo. Prova de que essa influência verbal é seu orgulho. Usamos "peleia" em vez de briga, bem como faz o falante espanhol. O campesino também usa um E bem declarado, outra referência latina. Seja pela música, pela dança, pelo chimarrão ou a bombacha, o gaúcho se mistura, se integra e unifica o linguajar.

O educador que observar bem esses fenômenos, tendo como exemplo o gaúcho missioneiro, passará a adotar uma linguagem mais identificada com a cultura desses povos e, automaticamente, estará facilitando a compreensão dos textos e, com isso, conquistando leitores. A soma de tudo isso será mais gente empunhando livros.  Livros para ler e, principalmente, para interpretar, já que a leitura sem a devida compreensão não fará sentido algum em nossa jornada pela educação.

Evolução

"Quem muda de conceitos, opiniões e posturas não põe à mostra nenhuma fraqueza ou incapacidade; revela amadurecimento, humildade e inteligência, boas provas da evolução." (João Lemes).

terça-feira, 22 de março de 2016

Reflexão

"A saudade não é coisa tão ruim assim. Basta ver de outro ângulo. Ao mesmo tempo em que agranda a distância, encurta os amores". (João Lemes)

terça-feira, 1 de março de 2016

Vai faltar cadeia?

A notícia jurídica da semana é que o STF (Supremo Tribunal Federal) antecipou a possibilidade de execução das penas depois de julgadas em primeira e segunda instâncias. Assim, muitos réu podem começar a cumprir pena antes de uma 3ª decisão. Muitos já estão perdendo o sono, já que haverá aceleração dos casos, resultando na prisão de quem se beneficia com essas demoras. 

Um exemplo é a Operação Rodin, de 2007, contra 44 envolvidos na fraude do Detran-RS, num desvio de 90 milhões. Hoje 25 réus estão condenados na Justiça Federal de Santa Maria. Entre eles há até advogados que continuam trabalhando. Outro exemplo é a fraude de 10 milhões contra o Banrisul com 25 denunciados entre políticos, diretores, comerciantes. O fato curioso é que, se apenas 20% dos já condenados forem presos, não resta dúvida: vai faltar cadeia.

Pela constituição, ninguém é culpado até julgamento final. Ouvi opiniões e optei por este desfecho: a constituição deve ser vista em consonância com a realidade. O entendimento é justo porque os recursos ao STF analisam mais as questões de Direito ou falhas na condução do processo. Nessa visão, o indivíduo terá seu 3º julgamento, só que já estará cumprindo a sentença, dando remédio mais efetivo aos crimes. Óbvio que o sistema não tem onde colocar mais presos. Nesse ponto é que está o erro dos ministros.