quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Meu terno novo


Todo fim de ano a gente sempre renova os panos, sai mais na beca por aí, não é mesmo? No Natal de 94, o Expresso ainda engatinhava e eu iria a um evento no Clube União. Como sei que ninguém tem uma segunda chance de causar uma boa primeira impressão (eu era novo na cidade), mandei chamar uma costureira (se fosse homem era alfaiate eh,eh,eh) e ela, de pronto, tirou minhas medidas e na outra semana eu estava de terno novinho.

Aliás, “terno” vem de ternura, de coisa leve, branda, suave. Mas voltando ao fato, sei dizer que cheguei na festa muito na estica, todo garboso num lindo conjunto verm..., não! Era vinho, ou magenta? (magenta é a cor prima que dá o vermelho). Só lembro que era bonito. Que tal eu?

Quando entrei na festa era só gente me olhando. Alguns me chamavam (psiu pra cá e psiu pra lá) e eu nem podia atender a todos. Vai ver queriam assinar o jornal... pensei. Mas tudo estava bom demais pra ser verdade. Foi quando olhei para a copa e vi os garçons todos vindo para o salão vestindo exatamente ternos iguais ao meu.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O dia em que Tiririca me deu nos dedos



Meu compadre Itacir andou por Brasília e botou o deputado Tiririca pra falar comigo por telefone. O que eu pergunto para este taura? 

- Como é para um comediante estar no foco, na fonte do humorismo brasileiro?” 

 - Olha, moço de Santiago: Aqui tem muita gente que trabalha, viu? Inclusive eu. Estou trabalhando muito! Brasília não é o que todos pensam, não!

Tá bem. E o senhor seguirá na política? Gostou dela? 

-Não. Só vou cumprir meus dois anos e sair fora. Eu sou um humorista, um cantor, moço!

-Quando custa seu show, é possível vir na minha cidade?
 -Claro que posso ir aí. Cobro pouco. Liga pra minha produção e me leve aí.

-Obrigado. Abraços e sucesso, senhor Tiririca e desculpe por pensar isso da nossa amada capital.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Os enigmas da vida

Esta assisense é a dona Lili Jardim, que com quase 90 anos lê o Expresso sem óculos. Uma pessoa maravilhosa e que estava sempre lá pela Câmara assuntando coisas. Apenas lamento quando a ouço dizer: "Meu filho, sinto que ando perto da hora de partir". Creio que ela seja feliz e todos deveriam ter a mesma longevidade e na hora de ir, apenas se apagar como um candeeiro. 

Vejo tantos jovens morrendo pelas drogas, embaixo de carros ou punidos pelo câncer. Que mundo é este, sem igualdade? Todos deveriam ir embora desta vida da maneira como a aqui chegaram. Chorando, mas com saúde. Dentro desta ideia, perguntamos: por que essa desigualdade? Por que alguns têm que sofrer se nem pediram pra nascer? Sei que são enigmas da vida, mas não custa indagar: é justo?
Obs. Nesta semana eu soube que a dona Lili está de cama. Lamento muito, querida senhora.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Nunca mais escrevam isto


Quando se fala em Língua Portuguesa, o correto é se fazer entender, mas quando se fala em língua padrão,  aí vem uma série de coisas que devemos nos ater para não fazer feio em certos lugares ou na redação de concursos. Portanto, fuja dos modismos porque eles nos levam a erros crassos, como fez  nesta semana uma secretária do Estado de São Paulo ao dizer: “Não tenho a noção exata do problema”. Ora, noção nunca será exata. Será apenas noção, ideia vaga de algo.
 
Também cuide-se para não dizer: “Ele extorquiu fulano”; O rapaz está quites com a tesouraria”; O banco ressarciu o dinheiro”, Maria vive às custas da mãe”;  Esta dor é por conta de um resfriado; Antes de entrar no elevador, certifique-se de que o mesmo esteja parado neste andar”; O jogo é a nível nacional; A reunião será no sentido de melhorarmos a nossa relação; Não alimente falsas ilusões; Como diz um ditado...
 
“Ele extorquiu o “dinheiro do” fulano”. Alguém só pode extorquir valores de alguém, não a pessoa; O rapaz está “quite” com a tesouraria”. A não ser que a tesouraria também devesse pra ele, aí seria no plural “quites”; O banco ressarciu o “cliente”. Ressarcir é indenizar, e não se indeniza dinheiro, mas sim, a alguém; Maria vive “à custa” da mãe. “Custas são despesas de um processo, por exemplo...; Esta dor é “por causa” de um resfriado; A palavra “mesmo” não pode fazer as vezes do substantivo; “no sentido” não se usa no lugar de “para”; ilusão já é coisa falsa e não existe ditado que não diga.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sim ao corte das "viúvas" da 287


Todos opinam sobre as árvores da BR 287. Os menos esclarecidos não querem que cortem nada, pois a culpa pelas mortes é do próprio e desgraçado motorista. Agora, até quem vive cortando árvore sem critério algum virou defensor desses pínus. Estranho, não? Já os mais estudiosos são favoráveis à retirada, pelo menos das "viúvas" -  aquelas sozinhas que estão quase dentro da pista. 

Como vimos, a divisão de pensares é natural. E sempre há o discurso fácil, aquele que manda dar revólver ao cidadão porque ele não é bandido (nem vai virar) e que a arma sozinha não mata ninguém. Dizem também que, caso tiverem que parar de vender armas, tem que parar de vender carros, cigarros, veneno, faca e até cordas (no caso dos que se enforcam), pois tudo mata. Ora, claro que tudo mata! Nascemos para isso, para morrer. Viver já é um risco...

 Mas é bom esclarecer que de fato a maioria das falhas são humanas. Seja por alta velocidade, descuido, beberagem, entretanto, não estamos aqui para apontar os errados, mas pra tentar evitar que esses "errados" morram. E não adianta se vingar dos errados dizendo que os pínus são santos, que não andam, que não matam e se for por isso, vamos tirar as montanhas, as pontes, os postes etc. 

Nesse contexto, lembramos: há muitas leis contra nós para salvar a nos mesmos, caso do uso do cinto, capacete e assim por diante. Óbvio, ninguém vai tirar os postes, as montanhas, os rios, as curvas porque isso é impossível, mas o que for correto e fácil de  fazer para salvar os errados e os certos, vamos fazer. E cortar uma árvore que não é nativa será o de menos, pois ela pode ser plantada em outro lugar, a vida, não.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Politicamente (in) correto


(João Lemes)
Detesto o politicamente correto. Em certos casos até que é bom, mas de resto, vai criando vícios. Depois de um tempo, a pessoa nem sabe se fala por sua cabeça ou pela dos outros, tamanha é a enxurrada de frases prontas que andam por aí. É só alguém achar lindo um dizer, que já se apropria dele para deixar de ser ela mesma, de ser natural... Respeito todos os tipos de manifestos. Entendo que muitas coisas não seriam bem explicadas sem a língua padrão e os rebuscados (ou manjados) termos, mas convenhamos, falta criatividade para deixá-los mais simples e compreensíveis. 

Venho pesquisando e tenho descoberto horrores. Exemplo: como é que vou chamar alguém de “portador de necessidade especial”? Como disse um escritor, o Saci do Inter seria o quê? Então, pra mim, é “deficiente” e deu. A forma de tratá-lo não mudará o preconceito que alguns ainda têm. E pra que dizer “egresso do sistema prisional” em vez de “ex-presidiário”?

Medicina ocupacional: alguém sabe o que é? Basta perguntar ali na vila que o desconhecimento vai prevalecer. Poucos sabem que tais palavras estão ligadas à saúde no trabalho.

Resíduo sólido: parece fácil, mas não é, pois resíduo lembra algo líquido, não? Mas no contexto atual é a “sobra” do lixo que não pode ser jogada em qualquer lugar, como baterias, lâmpadas etc. 

Poderia ir mais longe e falar dos manjados termos do tipo “qualidade de vida” em vez de “vida melhor”; “salvar vidas”, em vez de “salvar pessoas”, mas vamos deixar para um próximo artigo.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Não cabe nem mais uma agulha em nossas ruas. É o preço do progresso, ou o lucro!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A leitura é...


“A leitura é uma linguagem silenciosa que pode remeter o indivíduo aos mais distintos lugares, fazendo-o avançar ou regredir no tempo. Ela é capaz de criar mundos diversos e estabelecer conclusões. É uma maneira individualizada de se inteirar das coisas nas quais o próprio leitor pode ser o locutor e até o escritor, tendo em vista que ele ‘anda’ pelo pensamento de quem escreveu”.
(João Lemes)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Peru ou piru? Bugio - bugiu?


João Lemes*
Antes de irmos ao assunto de hoje para vermos se é correto dizer “peru ou piru”, “bugio ou bugiu”, “veado ou viado” etc., convém dizer que na Língua Portuguesa não existe o errado -  quando conseguimos nos fazermos entender -, o que existe é linguagem adequada e inadequada. Então, tanto faz dizermos peru, piru, bugiu, bugio...

Entretanto, há que se ter critérios, pois na língua escrita há normas e não dá para seguir o que se diz no dia a dia, no coloquial. Temos que escrever o correto: peru, bugio, veado... Mesmo que seja apelido de alguém, nada muda.

Essas considerações nos fazem lembrar que em outros estados o pessoal também muda as letras na língua falada. Se nós colocamos “i” no lugar de “e” eles colocam “u” no lugar de “o”. É “tumate”, “fugão”, “Juão”... E eles por acaso escrevem assim? Claro que não, a exemplo do que falamos acima sobre os nossos termos.

Está combinado? No dia a dia, sigamos com “piru”, “bugiu”, “viado”, ou ficaria pedante dizermos tudo corretinho como se escreve.
Obs. peru não tem acento por ser oxítona terminada em “u”.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


Minha família, com meu velho tio Valdomiro. Este é taura!